segunda-feira, 21 de agosto de 2017

GUTTED SOULS - The Illusion of Freedom (Álbum)


2017
Selo: Dharma Music
Nacional

Nota: 9,1/10,0

Tracklist:

1. Being Human
2. The Authoritarian Follower
3. Mondo Psycho
4. The Undying Stars
5. Snakes in Suits
6. Psychopathic Ruler
7. Addicted to Power
8. Unconscious Automaton (Curse of Wetiko)
9. Dancing to the Sound… Of the Powers that Be


Banda:


Iron - Vocais
Wellington Ferrari - Guitarras, baixo
Leandro XSA - Guitarra solo
Rodrigo Oliveira - Bateria


Contatos:

Twitter:
Assessoria:


Texto: Marcos “Big Daddy” Garcia


Nos dias de hoje, cada vez mais bandas estão lançando discos um pouco antes do tempo necessário para o amadurecimento das idéias musicais. Por isso tanto mudam de estilo, seja abruptamente ou de forma mais gradual. Mas ainda existem aquelas que levam mais tempo, e que devido às dificuldades da vida, aproveitam e vão burilando seu trabalho e aparando devidamente as arestas. O GUTTED SOULS, do Rio de Janeiro, é um veterano no cenário, com quase 15 anos de existência e muita luta no underground (sem contar o tempo em que teve outros nomes, SUPREME MEMORIAL, DEATH BEHOLDER, NECROPEDOPHILE, e XENOPHOBIA). O EP “Unconscious Automaton”, de 2012, apresentou a banda ao público fora do estado do RJ, e agora, conseguem lançar seu primeiro “full-length”, que se chama “The Illusion of Freedom”.

Imagine, caro leitor, que tem em mãos uma banda que funde o Death Metal clássico da escola norte americana à lá DEICIDE, CANNIBAL CORPSE e OBITUARY com a técnica e brutalidade de bandas como SUFFOCATION. É uma boa comparação, embora o grupo tenha um “approach” mais pessoal de sua própria música. É Death Metal, bruto e bem trabalhado, e se perceberem, também existe um alinhavo harmônico diferente, algumas linhas melódicas que tornam o trabalho coeso e sólido. E é bem pessoal e ganchudo, diga-se de passagem.

Se preparem, pois o moedor de carne foi ligado!

Um dos pontos que diferenciam o grupo de muitos outros está na calara preocupação com a estética sonora. Gravado em São Paulo, nos estúdios Dharma, sob a tutela do produtor Rodrigo Oliveira (que já trabalhou com KORZUS e ARMORED DAWN), a sonoridade é agressiva, mas esteticamente limpa. Óbvio que existe aquela crueza essencial ao Death Metal, mas tudo foi feito de maneira que o ouvinte entenda claramente o que a banda fez, e que possa assimilar sem problema algum o trabalho musical deles.

A arte da capa é muito bem feita e enigmática, permitindo um amplo leque de interpretações pessoais. Mas como o GUTTED SOULS usa de temas reais em suas letras, bem como uma abordagem inteligente, todas as interpretações possíveis deve estar conectadas ao mundo real.

Vocais que usam timbres variados entre o gutural extremo e o rasgado, guitarras formando uma muralha de riffs bem feitos (e solos com boa técnica, fugindo do padrão), baixo e bateria formando uma base rítmica sólida e coesa, tudo que a banda oferece musicalmente é bem feito, com ótima técnica, mas brutal como o inferno.

O disco é todo excelente de ponta a ponta, mas destacam-se a diversidade de ritmos contida em “Being Human” (e por consequência, o trabalho de baixo e bateria se mostram ótimos, com boas mudanças de tempos), a opressão ganchuda e ríspida das guitarras em “The Authoritarian Follower”, os tempos mais lentos e brutos de “Mondo Psycho” (reparem bem como os vocais evoluem bem e assentam com boa dicção sobre a base instrumental do grupo), o ótimo trabalho da sessão rítmica ouvido em “Psychopathic Ruler”, o ataque insano de riffs bem trabalhados em “Addicted to Power” (onde o “approach” técnico do grupo é de primeira), e a destruição musical imposta por eles em “Dancing to the Sound... Of the Powers that Be”. Algumas das músicas já possuíam versões mais cruas no EP “Unconscious Automaton”, como “The Undying Stars       “, “Psychopathic Ruler” e “Dancing to the Sound... of the Powers That Be”, e “Mondo Psycho” vem do Demo CD de 2011. A diferença está na roupagem mais bem cuidada e na sonoridade mais justa.

Ou seja: o GUTTED SOULS veio para somar, logo, aproveitem bastante de “The Illusion of Freedom”, pois feito com muito sangue, suor e lágrimas. E merece aplausos.

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