terça-feira, 5 de setembro de 2017

PRISON BÄIT (Heavy Metal/Rock 'n' Roll - Paripueira/AL)


Banda: PRISON BÄIT

Início de atividades: 2013

Discos lançados: “Who Da Fuck Are You?” (2014)

Formação atual: Cleyton Alves (bateria), Wilson Santos (baixo), Zenitilde Neto (vocais), em busca de guitarrista

Cidade/Estado: Paripueira/AL 


BD: Como a banda começou? O que os incentivou a formarem uma banda?

Zenitilde Neto: A banda começou em meados de 2013, quando eu conheci uns caras que gostavam de beber e fazer bagunça em qualquer lugar. Nós nos reunimos para tirar um som em comum e tomar umas cervejas, com isso percebemos que a coisa era muito mais profunda do que imaginamos. Decidimos tentar fazer um som autoral e deu certo. Estamos na ativa desde então.


BD: Quais as maiores dificuldades que estão enfrentando no cenário?

Zenitilde: A dificuldade de todas as bandas iniciantes, recursos financeiros. Nós já conseguimos alcançar grandes mídias e ter um feedback muito positivo, mas a banda é totalmente independente. Estamos a 3 anos preparando material novo, mas justamente o apoio financeiro faz a coisa ficar demorada. Buscamos qualidade e a qualidade é muito cara, principalmente em nosso país.


BD: Como estão as condições em sua cidade em termos de Metal/Rock? Conseguem tocar com regularidade? A estrutura é boa?

Zenitilde: Nossa, essa é uma daquelas perguntas perigosas (risos). Aqui em Alagoas, o Rock/Metal ainda vive a época das bruxas. Acham que somos loucos e que nosso som é fruto de meninos mimados querendo atenção. Na cidade de batismo da PRISON BÄIT, Paripueira, o Rock é inexistente e na capital Maceió não se faz força pra alavancar bandas autorais. Quando algum show aparece é de cover e com estrutura sonora fraca. Raramente temos eventos com um mínimo de profissionalismo. Isso é frustrante.


BD: Hoje em dia, muitos gostam de declarar o fim do Metal, já que grandes nomes estão partindo, e outros parando. Mas e vocês, que são uma banda, como encaram esse tipo de comentário?

Zenitilde: Cara, como disse acima as pessoas estão dando pouco suporte as bandas autorais. Todo mundo quer mais Maiden, mais MOTORHEAD, mais Sabbath. Isso é um boicote. Como você pode cortar novos recursos se os atuais têm prazo de validade? Isso é burrice. A cena Rock/Metal mundial não está no fim, apenas está relutante em mudar seu estilo. Como a tecnologia devorou tudo ao redor, muitas bandas e público ainda tem medo de seu potencial, assim preferem permanecer em sua zona de conforto, onde tudo já está bem e funcionando. Boa parte do público só quer tomar sua cervejinha ao final de semana e curtir um Zeppelin ou Eric Clapton em volume razoável. Cara, estamos falando de bandas de 40-50 anos, algumas que nem excursionam mais e que fundaram todo o conceito que conhecemos hoje, estão em um pilar consagrado, referência. Mas já existem diversas outras que só esperam um olhar visionário para pode escrever sua história. A PRISON BÄIT é uma dessas bandas que busca trazer aquele Rock/Metal divertido, leve e descontraído, como não se vê há muito tempo. Hoje em dia tudo é ideologia na cara e pura opinião barata. Cadê o puro “I Wanna Rock”? Cadê a música pela música?


BD: Em termos de Brasil, o que ainda falta para o cenário dar certo? Qual sua opinião?

Zenitilde: Pergunta tão antiga quanto o SEPULTURA: maturidade. Nós conhecemos o Metal nos anos 80, em uma mudança política forte. Bandas de moleques construíram o Metal que conhecemos hoje. Aqueles moleques de 80 hoje são maduros, mas ainda sentimos falta de bandas brasileiras na programação de grandes festivais europeus. O fato que leva isso a ocorrer é que no Brasil as pessoas tendem a não acreditar nos brasileiros. Nós somos o país da desconfiança, da roubalheira, com isso não nos respeitamos. Se vamos ao show de uma banda em nossa cidade é para ver se eles não vão fazer merda, se não farão vergonha e isso é o retrato da imaturidade. Falta a velha palavra: união. Músicos convidando outros músicos pra tirar um som, partilha de instrumentos com a certeza que o outro músico irá cuidar e acima de tudo profissionalismo. PERL JAM, NIRVANA, ALICE IN CHAINS só são conhecidas porque quando um ascendeu ao sucesso deu suporte ao outro. Nós estamos falando de valores que se veem desde Villa Lobos, onde era necessário sair do país pra provar sucesso, pois o que é da terra não é de “muita coisa”. Maturidade e união, essa é a chave.  


BD: Deixem sua mensagem final para os leitores.

Zenitilde: Nós somos a PRISON BÄIT de Paripueira, uma cidade que provavelmente você nunca ouviu falar. Somos caras normais, que curtem IRON MAIDEN, BEATLES, MISFITS e todos aqueles dinossauros, como qualquer um de vocês. Mas também somos aqueles caras que curtem ver uma banda nova pra no futuro dizer: eu vi esses caras no começo. Então comecem desde já a se apaixonar por música, pesada ou não. Curtam as bandas de sua cidade e façam críticas construtivas, mostrem que Rock/Metal está vivo em cada bota, cada camisa preta de banda, mesmo que em minoria. Podemos ser poucos, mas estamos em todos os lugares e com a mesma ideologia, ensinar bons valores com uma boa dose de diversão!

Valeu!


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