2000 (relançamento 2017)
Nacional
Nota: 8,7/10,0
Tracklist:
1. The Limb
Crucifix
2. Rabid
Death’s Curse
3. On Horns
Impaled
4. Life
Dethroned
5. Walls of
Life Ruptured
6. Agony
Fires
7.
Angelrape
8. Mortem
Sibi Consciscere
9. When
Heavens End
Banda:
E. - Baixo, vocais
C. - Guitarras
H. - Bateria
Contatos:
Site Oficial: http://www.templeofwatain.com/
Facebook: https://www.facebook.com/watainofficial
Twitter: https://twitter.com/watainofficial
Instagram: https://www.instagram.com/watainofficial/
Bandcamp: https://watainsom.bandcamp.com
Assessoria:
E-mail:
Texto: Marcos “Big Daddy” Garcia
Relançamentos possuem muitas tarefas a cumprir. A principal,
de um ponto de vista de fã, é conseguir uma cópia do disco em questão, e de uma
observação temporal, o quanto a banda evoluiu. Hoje, pelos esforços da Drakkar Productions
Brasil, temos acesso mais simples e barato a “Rabid Death’s Curse”, primeiro disco do WATAIN, um dos fenômenos mais recentes do Black Metal, e isso às
portas do lançamento do novo disco do grupo.
Em termos comparativos, “Rabid
Death’s Curse” é um disco de 17 anos atrás, com o então trio mostrando uma
música brutal e ríspida, claramente influenciada pelo trabalho de bandas como MARDUK e BATHORY e todo encargo da escola sueca do gênero, mas ainda assim
já mostravam bastante identidade. E por ser logo o primeiro trabalho dos
suecos, se percebe que existe um talento musical latente e bruto que necessita
de ser lapidado pelo tempo. Mas não se percam, já que o disco possui atrativos
ótimos.
A produção, masterização e engenharia do álbum são assinadas
por Tore Stjerna, que ainda era um
produtor novato, mas que soube dar uma cara ao som do trio, a ponto e ser
produtor dos quatro álbuns do grupo. Aqui, impera a crueza e peso cavalar, a
sujeira proposital que leva “Rabid Death’s
Curse” a soar bem orgânico e espontâneo, com timbres instrumentais
costumeiros ao gênero. Embora longe da perfeição, é o que melhor se encaixa na
proposta do grupo naqueles tempos.
A arte é bem simples e direta. Davthvs fez uma capa e um layout que encaixassem no trabalho dos
suecos, mas simples e direto, com encarte preto com letras brancas, fotos do
grupo, e isso em uma folha que dobra em três partes. Algo que aparenta ser
barato, mas que funcionou perfeitamente.
Se ainda está longe de ser o WATAIN de alguns anos no futuro, se percebe a honestidade da música
deles. É bruto e agressivo, mas mesmo assim, com boa musicalidade, bons
arranjos musicais e mesmo partes em que o grupo não se furta do uso de melodias
mórbidas e alguns arranjos de outros gêneros. Sim, o grupo já estava buscando
sua identidade naqueles tempos.
E é justamente esta identidade que dá vida às 8 canções do
álbum. Mas as melhores são a abertura a seco e direta de “The Limb Crucifix”, recheada de riffs abusivos e vocais ríspidos,
as passagens mais cadenciadas e mórbidas de “Rabid Death’s Curse” (onde se percebe um trabalho ótimo de baixo e
bateria, diga-se de passagem), a porradaria veloz de “On Horns Impaled” (mas tendo em vista que o grupo não faz músicas
retas ou sem mudanças e ritmo), a ótima coleção de arranjos bem feitos de “Walls of Life Ruptured” (uma exibição
de gala dos vocais, além de certo clima fúnebre surge nas passagens mais
refreadas, onde o baixo distorcido do grupo troveja para todos os lados), o
caldeirão fervente de riffs sujos de “Agony
Fires”, e a longa e muito bem trabalhada “Mortem Sibi Consciscere” (onde já se percebe todo potencial do
grupo para os que não conseguiram ver até o momento, pois eles soam sólidos
como uma unidade, sem se destacar esse ou aquele instrumento). E de bônus, esta
versão de “Rabid Death’s Curse”, tal
qual a de 2004, trás “When Heavens End”,
um cover do velho DØDHEIMSGARD norueguês,
que ganhou uma roupagem mais agressiva e com contornos melancólicos.
Um disco de primeira, e que finalmente está mais acessível
aos fãs. E aproveitem, pois “Rabid’s
Death Curse” deve esgotar logo!
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