terça-feira, 31 de outubro de 2017

SHADOWSIDE - Shades of Humanity (Álbum)


2017
Nacional

Nota: 9,5/10,0


Tracklist:

1. The Fall
2. Beast Inside
3. What If
4. Make My Fate
5. Insidious Me
6. The Crossing
7. Stream of Shame
8. Parade the Sacrifice
9. Drifter
10. Unreality
11. Alive


Banda:


Dani Nolden - Vocais
Raphael Mattos - Guitarras
Magnus Rosén - Baixo
Fábio Buitvidas - Bateria


Contatos:

Bandcamp:
Assessoria: http://www.furiamusic.com.br/ (Furia Music)


Texto: Marcos “Big Daddy” Garcia


Bandas que levam muito tempo entre um disco e outro podem acabar dispersando seus fãs, uma vez que nem mesmo a constante manutenção de notícias e shows pode suprir a necessidade de material novo e fresco para os ouvidos. Ainda mais nos dias de hoje, onde os downloads digitais ilegais causaram enormes problemas para a indústria fonográfica como um todo. Mas tem aqueles grupos que fazem valer a espera, pois sempre nos trazem material de primeira linha. E verdade seja dita: no Brasil, poucos chegaram aonde o SHADOWSIDE chegou. E seis anos depois do lançamento de “Inner Monster Out”, finalmente eles chegam com “Shades of Humanity”, seu novo disco.

Basicamente, a aura moderna que a banda apresentou em seu disco anterior foi levada a outro nível agora, com as guitarras roncando com aqueles timbres modernos e bem abrasivos. Mas ao mesmo tempo, toda carga melódica do grupo continua presente, especialmente nos refrãos muito bem compostos. Em termos técnicos, a banda sempre teve um nível acima da média, e ele continua presente, mas ao mesmo tempo, a técnica individual de cada integrante apenas acrescentou valor ao que já era muito bom. E sim, esse disco gruda nos ouvidos e não sai mais, de tão bom.

Desta forma, se percebe claramente que o SHADOWSIDE está vivendo um excelente momento musical.

Confiantes em seu talento, o grupo mais uma vez fez as gravações de um álbum nos Fredman Studios, na Suécia, tendo como produtores Fredrik Nordström e Henrik Udd, uma dupla famosa no cenário mundial pelos trabalhos com nomes como DIMMU BORGIR, ARCH ENEMY, IN FLAMES e outros. Tudo para montar uma sonoridade que fosse moderna e agressiva, mas ao mesmo tempo clara e que permitisse que as melodias das músicas fossem compreendidas em sua completitude. E verdade seja dita: eles conseguiram.

A parte gráfica, por sua vez, foi concebida pelo guitarrista Douglas Jen (do SUPREMA e que trabalha na Furia Music), e que ficou linda, esboçando bem os temas densos das letras, e onde os detalhes inacabados na arte simbolizam as imperfeições da humanidade.

Uma das novidades é a presença do baixista Magnus Rosén (que já passou por nomes como HAMMERFALL e JORN, e atualmente toca também no AVALANCH), que trouxe sua marca em duas canções em parceria dele com Andy LaRocque. Mas a banda nem precisaria tanto, já que o SHADOWSIDE está em uma fase esplendorosa, com canções cheias de energia, refrãos ganchudos, melodias bem definidas e uma sonoridade agressiva intensa. Além disso, os arranjos musicais estão fenomenais, e nas letras, temas como aborto, depressão e mesmo o desastre da barragem de Mariana é contado.

O disco é excelente de ponta à ponta, e fica difícil destacar uma ou outra canção. Mas por mera referência, as ótimas melodias e refrão envolvente de “The Fall” (que é preenchida pela voz extremamente versátil de Dani Nolden) e “Beast Inside” (os riffs de guitarra criados por Rafael Mattos nesta aqui são de primeira, e mais um refrão excelente nos é apresentado), o andamento mais lento e abrasivo de “What If” (que assim ganha agressividade, mas sem que as melodias sejam perdidas, e temos ainda um trabalho ótimo de baixo e bateria, mostrando que MagnusFábio Buitvidas estão bem entrosados), as harmonias cheias de influências do Metal tradicional de “Make My Fate”, a mistura de linhas harmônicas mais secas e partes mais melodiosas em “The Crossing”, a pegada mais acessível e de fácil assimilação que se ouve em “Drifter” (que remete diretamente ao hit “Angel with Horns” sem ser uma cópia, mas a forte dose de acessibilidade se dá ao uso de vocalizações mais limpas e uma estética simples no instrumental, e como de praxe, e um refrão que é um grude só), o jeitão mais moderno e sujo de “Unreality”, e os tons mais experimentais, densos e etéreos de “Alive” (que possui toques de teclados bem sacados, fora uma forte aura melancólica, e mais uma vez ouvem-se vocais privilegiados).

Podemos dizer que com “Shades of Humanity” o SHADOWSIDE deu um autêntico ponta-pé para escancarar as portas do sucesso no exterior de vez, e dessa forma, se tornar um dos grandes nomes do Metal brasileiro da atualidade.

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